Como rezar o Pai Nosso

A oração do Pai Nosso é a síntese de todo o conhecimento espiritual da humanidade que Jesus consagrou da forma mais simples, mas que, na linguagem formal e rebuscada da tradução que conhecemos, muitas vezes não conseguimos compreender a sua essência, ainda mais pela repetição decorada.

Emmanuel refez essa tradução para o português da forma mais próxima possível do original e que nos leva à reflexão de toda a verdade ali inserida. Meditemos sobre isso e aprendamos com ela a vivencia-la na prática com fé, amor e caridade.

O primeiro passo é a compreensão de que não devemos chamar Deus pela razão, que é fria e própria da vibração terra-terra. Devemos antes chamá-lo de Pai, pois isso invoca o respeito e o amor que sentimos fundo no coração do nosso corpo espiritual, colocando-o em sintonia com a matéria, no corpo físico.

O segundo é a compreensão de que o Pai está em toda parte, e não limitado a um recanto de "céu", distante da humanidade. Tudo está em Deus, na Sua mente sagrada que a tudo contempla, cria e governa, sem limitar-se ao tempo e ao espaço, e de infinitas possibilidades. Ele a tudo vê, tudo sabe, tudo compreende e a nada condena, ao contrário, espera como um Pai espera que o filho aprenda a lição e se arrependa, por inevitável a atração que o Seu amor exerce e que se traduz em felicidade.

O terceiro é louvá-Lo e glorificá-Lo pelo sublime, reverenciando o nome como O conhecemos e chamamos, pois quando reconhecemos a grandeza Desse nome em nosso íntimo, em Sua plena bondade e amor, então estamos prontos a ceder e nos entregar ao aprendizado, seguindo os passos que Ele, pela natureza e as circunstâncias da vida, nos mostra com lições e verdades. Reconhecer a Sua santidade e perfeição é, portanto, abdicar do egoísmo, do orgulho e da vaidade, que se mostram na pretensão de querer saber mais do Deus e a Ele resistir, como se fosse sábio e possível. Unir-se a Ele e ao canto de todas as outras criaturas é a verdadeira sabedoria.

O quarto é o correto pedido. Já que não podemos alcançar o Seu reino sublime, na totalidade do que representa na criação de todo o universo e pela eternidade, devemos pedir como os filhos pedem ao seus pais, com sinceridade e bondade no coração, que Esse reino venha até nós, do modo como o possamos compreender e aceitar, enchendo-nos também de sabedoria e amor, conforme a Sua vontade, e não a nossa, pois seguimos cegos e atordoados no labirinto de nossa existência. Que Esse reino seja o nosso guia e determine a nossa vontade, como só aqueles que se sentem verdadeiramente livres podem escolher e querer unir-se ao Pai.

O quinto é a compreensão de que o pão que aqui comemos e compartilhamos é o mesmo pão que alimentamos nossa espiritualidade, por aquilo que constitui o nosso pensamento, a nossa vontade, a coerência dos atos de nossas vidas que fazem na Terra o que têm na consciência do espírito. E por isso devemos pedir ao Pai que primeiro nos dê o alimento espiritual e que, por esse alimento, possamos saciar-nos de amor e bondade, a fim de compartilhá-lo com todos os que nos rodeiam. E assim possamos ter à mesa aquilo que não representa a violência, a ganância e o excesso, mas apenas o bom, o justo e o necessário para garantir a saúde e o bem-querer em nossos passos.

O sexto é a métrica do perdão e da justiça, que do Pai tomamos por exemplo e que se rege pela lei de causa e efeito. Somos todos falíveis, exceto o Pai, e como tal a tolerância é intrínseca e inevitável em nossa existência pela eternidade, pois que nunca seremos perfeitos como Ele, já que ninguém pode tornar-se também Deus, mas todos podem querê-lo, aceita-lo espontaneamente e amá-lo como Pai, a partir de nossas próprias limitações e nas dos outros. O perdão é, então, primeiro auto-perdão e reconhecimento das fraquezas; depois perdão incondicional a todos os outros, como idênticos a nós, como filhos do Pai e nossos irmãos. Perdoar e esquecer, como quem compreende que o erro não é importante, mas sim a lição que representa, e que o amor é inevitável.

E o sétimo e último passo, como um degrau que encerra a escada de Jacó rumo aos mundos felizes, a viver entre os espíritos de puro amor, sabedoria e bondade, é resistir à ilusão do mundo em que vivemos, às suas posses, aos seus atrativos passageiros, à insaciedade de tudo que nos dá prazer e que acaba ou enjoa. É compreender o silêncio e descobrir que o mal é apenas o erro se repetindo sem cessar, sem aprender a lição, resistindo ao reino do Pai, à bondade e ao amor, por permanecer ignorante. A tentação é, portanto, a prova de nossa própria inferioridade, demonstrando que o erro persiste em nós e que há necessidade do aprendizado firme e compromissado, como um saber virtuoso que se solidifica e se torna inalterável pela convicção de somente a luz detém o verdadeiro poder que atrai a glória pela paz, pela justiça e pelo amor do sempre.

Que assim seja! Graças a Deus!

José Luiz M. Lino (sob inspiração do seu guia espiritual)




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